segunda-feira, 12 de julho de 2010
F1 - Guerra declarada?
Mark Webber soltou seus cangurus na coletiva depois da corrida. “Se eu soubesse que as coisas seguiriam nesse caminho, jamais teria renovado com a equipe”, disse.
Há um pouco de oportunismo na reação. Se estivesse andando atrás de Vettel, como todo mundo achava que estaria, não iria reclamar. A Red Bull é uma sobrevida para Webber, um piloto que sempre foi discreto e nada mais do que isso. Quando assinou, assinou aliviado porque conseguiu um lugar para seguir a carreira.
Mas agora ele está por cima da carne seca, ou da latinha vazia. E esporte é assim. Alguns atletas se iluminam de uma hora para a outra, tudo começa a dar certo, e o discurso muda. Por isso que Mark, neste exato instante, percebendo que vive uma chance única de ser campeão do mundo, resolveu marcar território.
É uma aposta. Compra uma briga indigesta, porque terá de conviver com Vettel até o fim desta temporada e na próxima, e é horrível trabalhar num clima ruim. Mas Webber é velhaco o bastante para saber avaliar a situação. Deve ter concluído que a única forma de não ser engolido pelos belos olhos azuis e pelo pé pesado de Sebastião é esse mesmo: partir para o confronto, porque já percebeu, igualmente, que Vettel balança, nessa situação.
Gozado que se esperava, neste ano, uma briga de foice no escuro entre Alonso e Massa e entre Hamilton e Button. Achava-se que a esta altura do campeonato Massa já estaria aparecendo no autódromo com a camisa da Holanda para irritar o companheiro no dia da final da Copa, e Button estivesse a ponto de jogar açúcar no tanque de gasolina do parceiro.
Que nada. Na McLaren tudo é hamornia e paz. Na Ferrari, não dá nem tempo para brigar, porque antes é preciso compreender onde erramos de novo, Dio mio?
Na Red Bull, alguém seria capaz de imaginar que Webber encaixaria três vitórias nas últimas seis corridas, a ponto de deixar o supermegaconfiante Tiãozinho enlouquecido? E sairia falando grosso num time que nunca lhe deu muita bola? Ganhando a opinião pública e a imprensa?
O esporte, às vezes, surpreende. Por isso é legal. Depois do GP da Turquia, eu achava, sinceramente, que os rubrotaurinos saberiam contornar a situação. Pelo jeito, não estão sabendo.
E quem está adorando tudo é a McLaren.
Autor: Flavio Gomes - Categoria(s): F-1
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