A resposta final, no entanto, só
depois das eleições municipais do Rio
O Velódromo da Barra, construído
em 2007 anexo ao autódromo de Jacarepaguá, zona oeste da cidade do Rio de
Janeiro, com a finalidade de abrigar provas de ciclismo dos jogos Pan
Americanos de 2007, esteve (e, extraoficialmente, ainda está) fadado à
demolição para as Olimpíadas de 2016.
Refém da especulação imobiliária
na cidade do Rio de Janeiro, a estrutura foi construída no bairro de
Jacarepaguá e, sem sair do lugar, hoje seu endereço é Barra da Tijuca, o bairro
vizinho mais rico e com grife. Sabidamente inadequado para uma competição
olímpica desde a época em que foi erguido para o Pan, quando o Rio sequer era
candidato a sediar as Olimpíadas de 2016 (mas que já se sabia que viria a ser),
sua pista não foi feita com inclinação de acordo com as normas do Comitê
Olímpico Internacional (COI), bem como a existência de pontos cegos, graças às
pilastras de sustentação do teto, também já contrariavam as convenções da
organização dos jogos.
Em uma área "nobrelizada"
na marra e nos cifras, onde terrenos que pouco valiam em Jacarepaguá passaram a
valer fortunas ao abrigo da geografia da Barra da Tijuca, uma forma de evitar a
perda do espaço "nobre" foi levantada: demolir o famigerado velódromo
e erguer outro, no mesmo local, mesmo as estruturas atuais ainda em perfeito
estado de conservação. Reformar, talvez, não seria financeiramente tão
vantajoso (para as construtoras, é claro).
Só que diante de tamanha
negatividade da repercussão da possível demolição total de uma estrutura tão
nova, e que custou R$ 14 milhões do dão sacrificado suor do povo carioca, o
prefeito Eduardo Paes voltou atrás e agora se diz contra a tal demolição do
velódromo. O local, agora, poderá ser reformado, o que era impossível antes.
É só parar para pensar: é preciso
existir um balanceamento. De quê adianta dar trabalho para as construtoras, se
for perder votos demasiadamente? Se a atual gestão perde o pleito municipal de
agosto, quem dará trabalho para as coitadinhas das construtoras? Pode ser que o
novo gestor não goste de ter esse tipo de amizade, ou então até goste, mas os
amiguinhos são outros. Não é bom arriscar.
Pela saúde eleitoral, a saúde
financeira das gigantes da engenharia e arquitetura terão que aguardar alguns
meses - passar a época de eleição - para saber se poderão sanar sua fome
carnívora de destruir e reconstruir, ou se terão que se contentar com o
vegetarianismo de uma simples reforma.
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