segunda-feira, 30 de julho de 2012

Velódromo do Rio - Demolição ou deixar de pé?



A resposta final, no entanto, só depois das eleições municipais do Rio

O Velódromo da Barra, construído em 2007 anexo ao autódromo de Jacarepaguá, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, com a finalidade de abrigar provas de ciclismo dos jogos Pan Americanos de 2007, esteve (e, extraoficialmente, ainda está) fadado à demolição para as Olimpíadas de 2016.

Refém da especulação imobiliária na cidade do Rio de Janeiro, a estrutura foi construída no bairro de Jacarepaguá e, sem sair do lugar, hoje seu endereço é Barra da Tijuca, o bairro vizinho mais rico e com grife. Sabidamente inadequado para uma competição olímpica desde a época em que foi erguido para o Pan, quando o Rio sequer era candidato a sediar as Olimpíadas de 2016 (mas que já se sabia que viria a ser), sua pista não foi feita com inclinação de acordo com as normas do Comitê Olímpico Internacional (COI), bem como a existência de pontos cegos, graças às pilastras de sustentação do teto, também já contrariavam as convenções da organização dos jogos.

Em uma área "nobrelizada" na marra e nos cifras, onde terrenos que pouco valiam em Jacarepaguá passaram a valer fortunas ao abrigo da geografia da Barra da Tijuca, uma forma de evitar a perda do espaço "nobre" foi levantada: demolir o famigerado velódromo e erguer outro, no mesmo local, mesmo as estruturas atuais ainda em perfeito estado de conservação. Reformar, talvez, não seria financeiramente tão vantajoso (para as construtoras, é claro).

Só que diante de tamanha negatividade da repercussão da possível demolição total de uma estrutura tão nova, e que custou R$ 14 milhões do dão sacrificado suor do povo carioca, o prefeito Eduardo Paes voltou atrás e agora se diz contra a tal demolição do velódromo. O local, agora, poderá ser reformado, o que era impossível antes.

É só parar para pensar: é preciso existir um balanceamento. De quê adianta dar trabalho para as construtoras, se for perder votos demasiadamente? Se a atual gestão perde o pleito municipal de agosto, quem dará trabalho para as coitadinhas das construtoras? Pode ser que o novo gestor não goste de ter esse tipo de amizade, ou então até goste, mas os amiguinhos são outros. Não é bom arriscar.

Pela saúde eleitoral, a saúde financeira das gigantes da engenharia e arquitetura terão que aguardar alguns meses - passar a época de eleição - para saber se poderão sanar sua fome carnívora de destruir e reconstruir, ou se terão que se contentar com o vegetarianismo de uma simples reforma.

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